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p r o s e a r e s

perfil

sidnei olívio : Nascido em São José do Rio Preto, SP. Biólogo, exerce a função de Auxiliar Acadêmico do Departamento de Zoologia e Botânica do IBILCE-UNESP, desde 1985. Tem dois livros de poesias editados em co-autoria (“Zoopoesias”, 1999, Ed. Rio-pretense e “Poesia Animal”, 2003, Ed. Sterna) e um livro de contos editado em co-autoria (Mutações, 2002, Ed. Scortecci). Participou ainda em mais quinze livros de coletânea, sendo os principais Leituras de Brasil, 2001, Ed. da UNESP e Petali d'Infinito, Accademia Internazionale Il Convivio, Itália, 2002. Tem publicações em vários sites de literatura e em três e-books de poesia infantil e poesia minimalista. Recebeu vários prêmios em concursos, dentre eles, 4º lugar no Mapa Cultural Paulista 2000 (modalidade poesia), Accademia Internazionale Il Convívio, Itália, 2002 (Prêmio de Edição) e Prêmio Estímulo “Nelson Seixas”, em 2006, na categoria musical (cd “Palavras Cruzadas”).


valéria tarelho : natural de Santos/SP (1962), residente em São José dos Campos/SP, separou-se da advocacia devido a um caso com a poesia. Seus primeiros escritos datam de abril de 2002. Obras publicadas : prosa (em co-autoria) na antologia Com Licença da Palavra (Editora Scortecci, 2003); poemas na Antologia Brasileira de Poetas Contemporâneos , vols. 1 a 7, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, no Livro da Tribo 2004, 2005 e 2008 a 2011 (Editora da Tribo). Teve um poema selecionado para integrar o livro Panorama Literário Brasileiro 2004/2005 — As 100 Melhores Poesias de 2004 — Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Participa, ainda, de diversas antologias, em formato e-book. Prêmios: 1º lugar na Mostra Joseense 2005 - categoria "contos" e 2º lugar na Mostra Joseense 2005 – categoria "poesias". Atua, como colaboradora, no portal valedoparaiba.com, seção de poesia e no site Escritoras Suicidas - www.escritorassuicidas.com.br


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sexta-feira, 29 de maio de 2009 @ 08:34
as quatro faces da cidade

Bateu incerto o relógio, doze vezes, as horas certas, do alto de uma igreja ignota. Uma igreja erguida, agora, apenas em recordações.
Numa rua qualquer desce lenta a noite. Quente. Vadia. Um bar do outro lado. O chope gelado. Um cigarro mal tragado. Um poste sem luz. Um bêbado sentado. Rasgado. Rogando blasfêmias. Sinal fechado. A vida na boca rasgada. No verbo furado. Solto no ar.
No lado de lá um andar bem ligeiro. O apito noturno do guarda. Um asilo de velhos. Uma criança abandonada. Um crime premeditado. Um sistema arruinado.
Na esquina um sobe e desce correndo. Um estouro perdido no vácuo da noite. Um cheiro de choro. De sangue. A vida, em tese, morrendo.
Do outro lado do lado de lá. Completamente fora das atribulações da noite. Inutilmente ligeiro. Passos aduncos e sem rumo, rumam à uma rua sem nome. Sem número. Imensa e quase nua. Acenos perdidos. Esquecidos no tempo. Fora do espaço. Aquém da distância da vida. Da distância do trem. Silêncio no ar. Uma lágrima incontida. Pensamento profundamente perplexo.
Um jardim arrasado: rosas sem cor. Um espinho na alma: coração sem ressonâncias. Uma carência de amor: vazio que atenua. Uma esperança enterrada: ilusão a ser esquecida.
Suspiro longo. Jogar de ombros fingido. Falsa euforia, de liberdade, na face.
A noite insiste teimosa. A insônia insiste teimosa. A solidão... inclusive.

sidnei olivio


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quinta-feira, 28 de maio de 2009 @ 08:04
amargura

Ela me dizia coisas sobre o mundo com uma lasca de fel despontando na boca. Vida pouca, ela dizia, quem pensa na idade neste mundo que só roda? Seu breviário estava montado: rival do mundo que criticava. Crítica da vida que rivalizava. O grande impasse do nosso tempo, ela dizia, é saber, provar que a vida vale a pena num mundo fadado ao fracasso. Ritmo irreversível rumo à extinção. Forjei considerações à parte das suas. Finquei minha postura pensando no além. Mas Nietzscheniana insofismada, vomitou sobre o positivismo e deu de ombros aos argumentos contrários, vociferando palavras que eu nem imaginava o significado, construindo frase obtusa fruto de uma vivência rotunda e melancólica. Previ a sua queda do alto edifício. Mas não, apenas assistia nossa pequenez e patética insensatez.

sidnei olivio

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segunda-feira, 25 de maio de 2009 @ 13:44
fetichismo

Retirou as sandálias e sentou-se cruzando as pernas em “x”. Acendeu um cigarro e enquanto citava Bocage alisava os pés macios com a mão livre do vício. Nessa erudição premeditada e íntima podofilia delatava a permissividade das coisas dilacerando todas as regras e bons costumes. Despediu-se de súbito da pequena platéia fetichista com sua máxima preferida de que tudo é possível na vida já que não há pecado sem perdão (sonhei com ela outro dia... os pés envoltos pelas minhas mãos).

sidnei olivio

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quarta-feira, 20 de maio de 2009 @ 20:51
dove



Gás seria mais fácil. Indolor - pensava ela, elaborando “n” comparações entre este e aquele método.

Não queria dor. Nem igual, nem maior que a de sempre. Tampouco pretendia pintar um quadro rubro. Vestígio de violência, portanto, era uma idéia inconcebível. Ser lembrada pelo requinte do “modus operandi”, nem pensar! Tinha filhos, precisava poupá-los de futuros rótulos.

Gás, aparentemente, não fere. Dá, à face da morte, ar de preguiça: sono-lento-letal. Cena suave, além de limpa. Bonita. De uma beleza ímpar. Branca. Ou quase.

“Parece que dorme” - alguém dirá, diante do féretro.

Sim, gás seria a saída. Abrir a válvula seria o mesmo que estirar as asas tolhidas. Atrofiadas, anos a fio sem função. Gás seria a chance do vôo livre. Um toque final de Silvia Plath, sem a precipitação de Ana C.

Gás, decidiu-se, seria seu escape do cárcere.

A vida, no entanto, é o aqui e agora que se instaura, nem sempre como arquitetado. Um impulso falou mais alto que os anos que passou desenhando na mente cada mínimo movimento. Fugindo ao script, improvisou o fim do “thriller”, sufocando seu maior pesadelo com o travesseiro (cúmplice de suas noites no inferno).

Bêbado, drogado, largado na cama (que inúmeras vezes fora palco de sua fúria), o cabra-macho mal reagiu: debateu-se um pouco, soltou alguns ruídos abafados, ainda teve o luxo do último ato: gozoso.

Após os espasmos, silêncio profundo. Paradisíaco. Pela primeira vez, Eve não fingiu orgasmo.

Gás? Uma fuga poética, cogitada anos atrás!

Sua alma, agora, ousa asas. Voa livre, ao simples sabor de sabê-las.

Ainda que viva em cativeiro, é pássaro. Ave de seu éden. Em paz.



valéria tarelho

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terça-feira, 12 de maio de 2009 @ 12:57
O amor afoito

O amor afoito o derrubou da bicicleta. Crepitava-lhe a paixão por Júlia, como pingos de chuva no fogo. Estalos esvaziavam sua vida real para, nas pausas irreais, lembrar-se dela, linda e versada. Foi numa dessas brevidades de tempo que não viu a pedra pontuda. Arranhou os braços, colidiu a boca, entornou a marmita. Pior, ficou sem o aro dianteiro.No longo conserto da peça, ficou sem os proveitos da bunda de Júlia, a quem levava passear sentada de lado sobre o quadro do veículo, roçando-lhe com o joelho a cada pedalada. Foi ideia dela encaminhá-lo aos exercícios diários, para que não perdesse a forma. Mas na academia pobre da vila, ainda que ao lado de Júlia, não havia meio para externar sua paixão incontida. A estúpida bicicleta era ergométrica.

alaor inácio

(mais do alaor em http://microcronicascretinas.blogspot.com)

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